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14 de agosto de 2025
Biocombustível e agricultura: Brassica Carinata desponta no Brasil como cultura de inverno
O podcast RTC abordou no último episódio o cultivo da Brassica Carinata, cultura de inverno que começa a ganhar espaço no Brasil. Participaram da conversa Geomar Corassa, gerente de pesquisa e tecnologia da RTC/CCGL; Tiago Hörbe, pesquisador da RTC/CCGL e Robson Botta, coordenador técnico e de pesquisa da Nufarm Brasil.
Geomar Corassa destacou o crescimento do interesse pela cultura. “A gente tem observado uma crescente demanda e questionamentos em relação à cultura da carinata, tanto na área técnica quanto pelos produtores.”
Robson Botta explicou o histórico da espécie no país. “A carinata chegou no Brasil em 2014, dentro de um programa global da Agrisoma, que era uma empresa canadense, com foco no desenvolvimento de matérias-primas para a produção de combustível renovável.”
Botta ainda detalhou as origens da planta: “A carinata é uma brasica, da mesma família da canola, de origem etíope. Ela é uma planta oleaginosa que não é usada para alimentação, é utilizada exclusivamente para a produção de biocombustível.”
A planta vem sendo cultivada em alguns estados brasileiros, como Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, São Paulo e Rio Grande do Sul, com foco nos períodos de entressafra. “É uma cultura que está sendo cultivada na entressafra da soja, ou seja, no outono/inverno, e nesse período a gente consegue ter um rendimento interessante de biomassa e de óleo”, comentou Botta.
Além do potencial agronômico, a carinata também se destaca pelos benefícios ambientais. Segundo Botta, “a molécula de óleo da carinata é de cadeia longa, ideal para produção de SAF (Sustainable Aviation Fuel), que é o combustível renovável da aviação.”
Tiago Hörbe ressaltou o papel da cultura como planta de cobertura: “Ela pode funcionar como uma excelente cobertura de solo, semelhante a nabo forrageiro e aveia, com um diferencial de gerar receita.”
Botta complementou: “A gente tem uma planta de cobertura que remunera. Esse é o ponto que tem despertado o interesse da indústria e também do produtor rural.”
O episódio também trouxe à tona o conceito de cultura ponte. “Ela se encaixa como uma cultura ponte entre duas culturas alimentares – soja e milho, por exemplo – sem competir com nenhuma delas”, explicou Botta.
Sobre a perspectiva de mercado e inserção da cultura no Brasil, Robson apontou: “A carinata está no pipeline de culturas do futuro. Já é uma realidade e já está na fase de expansão.”
Diante desses números, fica claro que a expansão da área cultivada com carinata é não apenas viável, mas necessária para atender às demandas de sustentabilidade, produção agrícola e energia renovável do futuro.
Para assistir o episódio completo, acesse o canal da RTC no Spotify:
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