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2 de outubro de 2025

Controle Leiteiro: mais que números, resultados no campo e na indústria

O podcast RTC abordou recentemente o “Controle Leiteiro: Mais que Números, Resultados”, quando reuniu quatro especialistas da CCGL para debater a importância do programa que vem transformando a qualidade do leite nas propriedades. Participaram da conversa Renan Faccio, especialista em nutrição e produção de forragens, Patrícia Simon, assistente técnica de campo, Vanessa Schneider, coordenadora do Programa de Brucelose e Tuberculose, e Silvana Trindade, gerente de operações.

O controle leiteiro, segundo Vanessa Schneider, “faz parte do programa Mais Leite Saudável” e já está em sua quinta fase. Desde janeiro de 2024, a CCGL vem implementando medidores em propriedades leiteiras, dentro de um cronograma que segue até 2027. “A ideia é entender a CCS, identificar os animais mais produtivos e, com base nesses dados, melhorar a qualidade da matéria-prima”, explicou.

Na prática, os resultados já são visíveis. Patrícia Simon destacou que a ferramenta é hoje indispensável na gestão das fazendas. “É uma das principais ferramentas de gestão dentro da propriedade, porque vai além da qualidade do leite, abrangendo produção de sólidos, nutrição e sanidade. Exige comprometimento do produtor, mas entrega resultados econômicos e de eficiência.”

Do ponto de vista nutricional, Renan Faccio ressaltou que os dados coletados permitem decisões mais assertivas. “Se eu pegar uma média de 20 litros, pode ser que sejam duas vacas com 20 litros cada, ou uma com 30 e outra com 10. As condutas nutricionais são totalmente diferentes. O controle é o que me dá a real situação de cada animal.”

Já na indústria, o impacto é direto. Silvana Trindade destacou que o programa se tornou estratégico. “O controle leiteiro transformou a qualidade da matéria-prima. Vemos ganhos significativos, como aumento de até 20% na produção de leite e redução de até 40% na CCS. Isso garante rastreabilidade e padronização ao longo da cadeia.”

O episódio também trouxe exemplos práticos. Patrícia relatou um caso em que a simples revisão da máquina de ordenha reduziu em 50% a contagem de células somáticas de uma propriedade em apenas quatro meses. “Hoje, mostramos ao produtor que a máquina de ordenha é a principal ferramenta da fazenda. Ela precisa estar funcionando perfeitamente, porque impacta diretamente na saúde animal e na composição do leite.”

A integração das áreas: nutrição, sanidade, manejo e indústria, foi apontada como essencial para o sucesso. Como frisou Renan. “Informação boa é informação utilizada. Sem dados não existe gestão.”

O controle leiteiro também ajuda a reduzir o uso de antibióticos, ao direcionar tratamentos apenas quando necessários, gerando benefícios econômicos e ambientais. Para Vanessa, isso é reflexo de um trabalho de longo prazo: “Não se melhora CCS de um mês para outro. É construção, com dados, diagnósticos e ações contínuas.”

No encerramento, os especialistas reforçaram o convite a produtores de diferentes perfis. “Seja pequeno, médio ou grande, todos podem participar”, destacou Vanessa. Silvana completou. “Estamos ajudando a qualificar nossos fornecedores. Programas como o Controle Leiteiro e o Mais Sólidos são investimentos em competitividade e sustentabilidade, que entregam um produto superior ao consumidor.”