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23 de dezembro de 2025
Agrymet aponta atenção redobrada para chuvas intensas e temperaturas acima da média no RS
A mais recente edição do ClimaCast RTC CCGL, parceria entre a Rede Técnica Cooperativa (RTC) e a Agrymet, traz um alerta importante para os produtores do Rio Grande do Sul nas últimas semanas de dezembro e no início de 2026. A análise indica instabilidades climáticas, possibilidade de chuvas intensas em algumas regiões do Estado e temperaturas acima da média nos próximos meses, fatores que exigem atenção no manejo das lavouras.
As previsões são apresentadas pela CEO e cofundadora da Agrymet, Bárbara Sentelhas, especialista em meteorologia aplicada ao agronegócio, e integram o monitoramento climático contínuo oferecido pelo ClimaCast, que busca apoiar decisões mais seguras, sustentáveis e eficientes no campo
A chuva chegou já a partir do dia 22 de dezembro, com a atuação de uma área de baixa pressão vinda da Argentina, que avança pelo Uruguai e alcança o território gaúcho. No dia 23 de dezembro, a previsão indica chuvas mais intensas, especialmente nas regiões Centro-Sul, com acumulados que podem ultrapassar 100 milímetros, aumentando o risco de excesso hídrico e impactos em áreas mais sensíveis. Nas regiões centrais e norte, a precipitação tende a ocorrer de forma mais isolada e com volumes menores, enquanto o leste e nordeste do Estado devem registrar menor ocorrência de chuva nesse período.
Outro ponto central da análise é o acompanhamento das condições do Oceano Pacífico. Segundo Bárbara Sentelhas, o fenômeno La Niña chegou a atingir os critérios mínimos de monitoramento, com temperaturas da superfície do mar abaixo da média no trimestre recente. No entanto, os dados mais atuais indicam que essa condição não deve se intensificar nem se prolongar.
A tendência é de que o Pacífico equatorial permaneça levemente mais frio durante o verão, mas caminhe para a neutralidade a partir de fevereiro, reduzindo os efeitos típicos de uma La Niña mais forte. Esse comportamento é influenciado pelo aquecimento observado em outras áreas dos oceanos, o que limita quedas mais acentuadas de temperatura.
Próximo trimestre: menos chuva em algumas regiões e calor acima da média
Para o trimestre janeiro, fevereiro e março, os modelos climáticos indicam chuvas abaixo da média, principalmente na região Centro-Sul do Rio Grande do Sul. Já as áreas Centro-Norte e Nordeste do Estado tendem a registrar volumes mais próximos da normalidade.
Em relação às temperaturas, há consenso entre os modelos analisados: o Estado deve enfrentar temperaturas acima da média, com anomalias entre 0,2°C e 1°C, especialmente no Centro-Oeste e extremo Oeste do Rio Grande do Sul. Esse cenário pode aumentar a demanda hídrica das culturas e exige atenção no manejo, especialmente em períodos de menor disponibilidade de água no solo.
A análise também aponta um sinal de alerta de longo prazo. Embora ainda seja cedo para afirmações definitivas, alguns modelos indicam a possibilidade de um evento de El Niño no segundo semestre de 2026. Caso se confirme, o fenômeno pode provocar chuvas mais intensas e períodos mais quentes, especialmente durante o inverno no Sul do Brasil. “É um indicativo que merece acompanhamento constante, pois eventos de chuva intensa no Rio Grande do Sul podem trazer impactos significativos”, reforça Bárbara.
Encerrando a última atualização mensal de 2025, o ClimaCast reforça a importância do planejamento baseado em informação qualificada, permitindo que os produtores se antecipem a riscos climáticos e adotem estratégias mais eficientes no campo. A parceria entre RTC e Agrymet segue em 2026, com novas análises e atualizações periódicas, fortalecendo a tomada de decisão, a sustentabilidade da produção e a busca por melhores resultados no agronegócio gaúcho
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